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Sobre a tristeza das crianças e a urgência de priorizar as escolas...

17-08-2020

É imenso, um dia saberemos, o que estamos exigindo das crianças para nossos próprios fins, em nome da nossa segurança. Que permaneçam vários meses trancadas em suas casas, relegadas a espaços às vezes sombrios, às vezes esquálidos. Que percam quase todo contato com pessoas queridas, avós, tios, professores, pessoas com as quais travavam relações profundas e diárias. Que percam de vista umas às outras e já não existam numa comunidade de crianças, de iguais - que se façam seres solitários em diálogo inevitavelmente vertical com os pais. Recuo um instante antes de continuar. Sei que basta dizer essas palavras prévias para que o texto provoque aversão, (...) Não digo que deveria ser imediata a volta das escolas, não me caberia dizer algo assim - nem sei se me cabe escrever este texto tão distinto dos meus habituais. Mas penso que é preciso voltar no exato dia em que se julgar minimamente viável, sem a ilusão de uma segurança total, do risco zero que nunca existe em nenhuma comunidade escolar. Só assim, com máxima urgência, estaremos ouvindo de fato essas vozes agudas que insistimos em silenciar, as vozes das crianças que falam com mais precisão e mais justiça do que costumamos acreditar. "É um escândalo para um adulto que o ser humano em estado infantil seja seu igual", diz Dolto. É hora de aceitarmos que as crianças são os nossos iguais que devem ser respeitadas em seus direitos inalienáveis.... - Veja o texto na íntegra em https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/julian-fuks/2020/08/15/sobre-a-tristeza-das-criancas-e-a-urgencia-de-priorizar-as-escolas.htm