Crianças acima do peso têm mais chances de se tornarem adultos também obesos. A obesidade impacta no surgimento de doenças como diabetes e hipertensão No Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil, o Ministério da Saúde faz um alerta: crianças obesas têm chances de virar adultos também obesos. A consequência de obesidade na infância para a vida adulta é o aparecimento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, que podem matar precocemente no período de grande produtividade na fase adulta.
Para discutir o crescimento da obesidade infantil no mundo, representantes de vários países se reuniram nesta segunda-feira (3/6) na Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília (DF). Ao participar do II Encontro Regional sobre ações de prevenção da obesidade infantil, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, lembrou que a transição alimentar que aconteceu nos anos 70 e 80 contribui para a má nutrição das crianças de hoje.
"Os alimentos deixaram de ser manipulados, deixaram de ser colhidos pelos pais, pelas famílias e passaram a ser alimentos processados e ultraprocessados. E nós não tivemos os filtros necessários, e agora estamos colhendo os resultados dessas mudanças tão súbitas dos nossos hábitos alimentares tradicionais", disse o ministro.
Estudo recente aponta que crianças acima do peso possuem 75% mais chance de serem adolescentes obesos e adolescentes obesos têm 89% de chance de serem adultos obesos. Pesquisas do Ministério da Saúde indicam que 12,9% das crianças brasileiras de 5 a 9 anos são obesas e 18,9% dos adultos estão acima do peso. Por isso, além de centrar ações nos primeiros dias de vida, como o incentivo ao aleitamento materno, o ministro destacou que as políticas de estímulo ao hábito saudável devem aliar ações de alimentação e atividade física.
"Quando a gente dialoga sobre obesidade infantil, a gente dialoga sobre dois pilares: um da alimentação e outro da atividade física. Por isso, temos que combater o tempo de tela das crianças que no mundo inteiro passaram a ficar mais reclusas, muito menos expostas aquelas atividades físicas da infância e da adolescência", afirmou o ministro. O ministro da Saúde também defendeu que o incentivo ao hábito saudável envolva outros setores. "Sabemos que é preciso envolver outros agentes, como a economia, a agricultura, a política de educação, a política de esportes. Há uma série de pontes que precisam ser construídas para que a gente possa gradativamente ir reposicionando não só o Brasil, mas o mundo, na adoção de hábitos de vidas saudáveis", ressaltou Mandetta.