Embora os casos de abuso sexual infanto-juvenil tenham raízes históricas e culturais, o promotor acredita que é totalmente possível impedir que eles aconteçam. “A melhor e mais eficaz arma de prevenção que nós temos é a informação. O pedófilo é, por natureza, covarde. Então, quando uma pessoa demonstra que está atenta à criança, ela inibe a ação do criminoso. Se os pais e demais familiares e os professores estiverem mais atentos à criança, ela está mais protegida”, garante.
A maioria dos abusos sexuais infanto-juvenis ocorre dentro do ambiente familiar, conforme demonstrado pelas denúncias registradas por meio do Disque Denúncia (Disque 100). Segundo o promotor Carlos Fortes, foi observado ainda que entre a população de baixa renda é que ocorre a maior parte da exploração sexual de crianças e adolescentes, que são obrigadas pela própria família a se prostituírem ou, então, são até mesmo vendidas a aliciadores. "Mas precisamos ressaltar que este tipo de crime acontece em todas as classes, credos e níveis intelectuais: há vários casos de juízes, promotores, deputados, médicos e líderes religiosos que estupravam crianças de forma cotidiana", lembra.
"Volto a ressaltar que somente através do conhecimento e da educação podemos evitar que uma criança seja abusada sexualmente dentro da própria casa ou fora dela. Por isso a mobilização da sociedade é fundamental", insiste o promotor. Buscando atingir este objetivo, a campanha contempla a realização de palestras, seminários, passeatas e a distribuição de material educativo e de divulgação da campanha, como camisas, folders e adesivos. Além disso, são realizados shows artísticos que contam com a participação gratuita de artistas.